Por Lorena Gebara 26/08/2020
Todos os anos, o Dia de Sobrecarga da Terra assinala a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que o planeta teria capacidade de renovar, na contagem de seus 365 dias. Tanto o nome da data quanto os dados que ela nos propõem refletir são categoricamente assustadores. O dia 22 de agosto marcou mais uma data da qual não temos nada a comemorar, o dia do ano que excedemos o nível de consumo de recursos naturais que a Terra teria possibilidade de regenerar. Ou seja entramos no limite da biocapacidade do planeta de se recuperar da nossa gananciosa exploração. Para piorar, esse consumo é irracionalmente crescente desde a primeira medição feita.

O conceito de “Overshoot Day” foi originalmente desenvolvido pelo instituto independente britânico de pesquisas New Economics Foundation, uma organização parceira da Global Footprint Network (GFN). De acordo com os cálculos realizados pela GNF, a atual demanda por recursos e serviços ecológicos é 60% a maior do que a capacidade de resiliência da Terra. Para chegar ao resultado equaciona-se a biocapacidade do planeta, pela pegada ecológica da humanidade, multiplicada pelo número de dias do ano. Essas métricas são recalculadas todos os anos, a fim de que tenhamos métodos comuns de contabilização da pegada de carbono a nível global.
Para medir os impactos do consumo da humanidade sobre os recursos naturais, se calcula a “pegada ecológica” da população global, que leva em consideração a emissão de gases de efeito estufa na geração de energia, a área construída para habitação, a demanda de produtos florestais para manufatura de madeira e papel, a agricultura e a pecuária para produção de alimentos, a pesca e outros indicadores de impacto antrópico. Para entender os conceitos que envolvem esse calculo, revisite o artigo “Qual sua relação com o planeta? Saiba o impacto que você causa” postado no inicio do ano, com o intuito de alertar o impacto que nossos hábitos de consumo insustentáveis podem causar a Terra e a a todas as especies de vida, inclusive a nossa.
Mesmo que a metodologia para realizar essa avaliação esteja em constante aperfeiçoamento, todos os modelos científicos projetam um cenário catastrófico, diante ao padrão do estilo de vida contemporânea. Estamos pagando um preço muito caro pra mantermos a atual sociedade de consumo industrializada. Estima-se que a primeira vez que ficamos em déficit com a Terra foi na década de 1970. Os reflexos dessa crise socioambiental vão desde escassez de alimentos, acúmulo de CO2 na nossa atmosfera, contaminação das aguas e lençóis freáticos, aumento de áreas degradadas, erosão e desertificação do solo, altos níveis de poluição atmosférica, marinha e terrestre, etc.
Nesse sentido, vale repensar em nossos hábitos diários, nossas escolhas individuais e coletivas e acima de tudo nosso capacidade de co-criar novas formas de interagirmos com o meio que nos rodeia. Ficou interessado em buscar novas filosofias e modos de vida alternativos e possíveis? De encontrar hábitos mais saudáveis para você e para o mundo? De se encontrar com pessoas e lugares que tem o mesmo desejo de transformação? Então,venha conhecer um pouco do que a porosa da Sustentabilidade Integral, que congrega pessoas com o objetivo de uma transição para sociedades sustentáveis por meio do conhecimento tradicional, técnico e cientifico! “Seja você a mudança que quer ver no mundo” D.L.

Edição e Arte: Edson Paz
já nem sai o que precisa acontecer para as pessoas cairem na real da situação e de como suas ações interferem no global.
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